Só participação cidadã pode reduzir corrupção, defende especialista

05/06/2005 - 8h17

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – A participação cidadã no controle do Estado é essencial para inibir a corrupção, na opinião de Sônia Amorim, coordenadora geral de especialização da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Ela é uma das pessoas que deve comparecer, semana que vem, ao 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, em Brasília. O encontro pretende discutir a participação da sociedade e da mídia no controle e na vigilância do Estado.

Para haver mais participação, Sônia Amorim também cobra maior transparência nas ações do Estado. Ela acredita que não também deveriam ser consideradas formas de corrupção o mal atendimento do Estado às necessidades da sociedade.

Sônia defende que é "preciso conscientizar tanto o servidor público, como a sociedade", a respeito do que deve ser o compromisso do Estado com a sociedade. "Precisamos dar esclarecimento dos valores democráticos e qual a responsabilidade do Estado frente à sociedade", diz.

Além da sociedade, a mídia é outro agente regulador que será discutido no Fórum. Marcelo Beraba, ombudsman do jornal Folha de São Paulo, afirma que o papel da mídia é fundamental, pois "é através dela que é possível de expor os flagrantes de corrupção e cobrar das autoridades" afirma. Beraba ainda diz que jornais revistas e a televisão têm desempenhado este papel com freqüência levando ao público o conhecimento de vários casos importantes.

"A imprensa tem o papel de vigilância, de fazer um acompanhamento e de cobrar medidas", defende. Destaca também que para poder ser bem sucedida em seu papel ainda é preciso que a imprensa se qualifique para evitar erros e não perder a credibilidade o que acarretaria em uma contribuição à impunidade.

A discussão de como estabelecer medidas de combate à corrupção em um Fórum é, para Sônia, a oportunidade de focar aspectos como a conscientização dos mecanismos de controle tanto por parte do Estado como também da abertura desse controle para a sociedade e destaca que "um Fórum sobre esse assunto é extremamente oportuno em qualquer momento".

O evento que acontece de 7 a 10 de junho, em Brasília e reunirá representantes de governos de vários países, especialistas e acadêmicos de todo o mundo.