Sem aumento de verba, Petrobras tenta reduzir acidentes

05/06/2005 - 8h18

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os investimentos da Petrobras em segurança operacional e meio ambiente em 2005 manterão a média registrada nos últimos cinco anos, que é de R$ 1,5 bilhão por ano. O coordenador de Desenvolvimento Sustentável da Petrobras, Luís César Stano, disse que os recursos se direcionam a projetos que estão sendo desenvolvidos em várias áreas da empresa, como energia renovável e controle de emissões, que contribuem para a sustentabilidade do negócio e para o exercício da responsabilidade social e ambiental.

A Petrobras está concluindo este ano o projeto de inventário de emissões atmosféricas, que inclui o monitoramento dos gases causadores do efeito estufa, isto é, do aquecimento global. Stano informou que outras iniciativas estão em curso em várias unidades da empresa, de caráter preventivo ou corretivo, visando o reaproveitamento de efluentes e tratamento de resíduos e de áreas de impacto.

"Quando a gente fala de desenvolvimento sustentável numa empresa como a nossa, o que a gente está falando é justamente da questão da ecoeficiência, da questão de buscar a conservação dos recursos naturais, da eficiência energética, de redução de emissões. É por aí que a gente entende o desenvolvimento sustentável como parte do negócio da Petrobras", declarou.

Na área de segurança, a Petrobras está em busca da excelência. Pelos padrões internacionais, esse nível seria de um acidentado por cada dois milhões de homens/hora de exposição ao risco. No ano passado, a empresa atingiu nível de 1,04 acidentado por milhão de homens/hora de exposição ao risco. "Nós ainda não chegamos à excelência, mas estamos conseguindo reduções expressivas ao longo dos anos", disse Stano.

Dentro da nova visão de responsabilidade social e ambiental definida pela Petrobras por meio do programa Pégaso – criado em 2000 após o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara – a redução do consumo de água transformou-se numa meta. Os números referentes a 2004 mostram que a empresa conseguiu diminuir o consumo de água em suas unidades em cerca do equivalente a 945 mil barris de petróleo. Isso resultou em economia de US$ 20 milhões.

A Petrobras monitora a disponibilidade de água na bacia hidrográfica onde as unidades estão instaladas, o que permite à companhia saber qual será a perspectiva de uso da água pelas pessoas e pela agricultura no futuro, por exemplo. Com isso, a empresa pode adotar medidas no sentido de não comprometer as reservas com suas operações. "Isso é mais do que evitar acidentes. É uma posição muito mais pró-ativa no sentido de você ser ambientalmente responsável", reiterou Stano.

Hoje, todas as 57 unidades de negócios da Petrobras - 33 no país e 24 no exterior - estão certificadas de acordo com normas internacionais de gestão ambiental e gestão de saúde e segurança. Até 2010, a estatal pretende investir US$ 3,9 bilhões em gasodutos, expandindo a oferta do gás natural, que é um combustível mais limpo que não agride a natureza e, por isso, uma prioridade da empresa.

Dos investimentos totais programados até 2010 em todas as áreas de atuação da estatal, no valor de US$ 53,6 bilhões, já está definido que 0,5% será dedicado a energias renováveis, área vinculada à preservação ambiental, observou Stano. Uma das metas previstas no plano estratégico é que até 2010 a Petrobras disponibilizará 96 megawatts (MW) de energia elétrica a partir de fontes renováveis e estará produzindo 2,3 mil barris diários de biodiesel.