Brasília – O Ministério das Relações Exteriores divulgou neste sábado (dia 4), uma nota sobre a situação política na Bolívia. "O governo brasileiro, sempre que solicitado, estará disposto a cooperar prontamente, em estreita coordenação com os países da América do Sul, para a normalização política e institucional da Bolívia", afirma o texto.
O texto ainda afirma que "o governo brasileiro acompanha com natural preocupação a evolução dos acontecimentos que têm afetado o povo irmão da Bolívia". E que o Brasil confia na capacidade do "Governo e as forças políticas da Bolívia" em "encontrar soluções próprias para os difíceis problemas do momento atual".
A crise que afeta a Bolívia tem como questão central as reservas de petróleo e gás do país. A nova Lei de Hidrocarbonetos, promulgada recentemente pelo governo boliviano, aumentou de 18% para cerca de 50% os tributos cobrados pelas empresas estrangeiras exploradoras de petróleo e gás natural.
Mas os movimentos sociais do país exigem mais. Querem as reservas nacionalizadas e o fim dos contratos de exploração por empresas estrangeiras.
Na opinião do deputado federal da Bolívia, Manuel Morales Dávila, do partido de esquerda Movimento ao Socialismo (MAS), outra questão que divide governo e movimentos sociais é a convocação imediata de eleições gerais. A esquerda pede uma assembléia nacional constituinte que dê ao país uma carta magna que reflita a realidade política atual.
A seguir, a íntegra da carta divulgada pelo Itamaraty:
Situação na Bolívia
O Governo brasileiro acompanha com natural preocupação a evolução dos acontecimentos que têm afetado o povo irmão da Bolívia. O Brasil tem plena compreensão da complexidade da conjuntura boliviana e confia que o Governo e as forças políticas da Bolívia saberão encontrar soluções próprias para os difíceis problemas do momento atual que sejam compatíveis com a normalidade institucional e o respeito à democracia, com base no diálogo e na cooperação entre todos os segmentos da sociedade boliviana.
O Governo brasileiro, sempre que solicitado, estará disposto a cooperar prontamente, em estreita coordenação com os países da América do Sul, para a normalização política e institucional da Bolívia.