Técnico judiciário depõe sobre fraude em concursos públicos

27/05/2005 - 18h09

Brasília, 27/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O técnico judiciário Aléssio Gomes, acusado de integrar a quadrilha que fraudava concursos públicos, chegou há pouco à Divisão Especial de Repressão a Crimes Organizados (Deco), da Polícia Civil. Preso no início da semana, ele se negou a dar detalhes sobre as fraudes.

De acordo com o diretor da Deco, delegado Cícero Jairo, a expectativa agora é que ele dê novo depoimento que contribua para as investigações. Desde o meio-dia, Hélio Ortiz, suposto líder da quadrilha, presta seu terceiro depoimento no mesmo local. "Se houver necessidade, faremos uma acareação entre os dois", disse o delegado.

De acordo com ele, na madrugada de quinta-feira, foi presa uma pessoa envolvida na quadrilha, indicada por Ortiz. Esta pessoa teria revelado o nome de um segundo funcionário do Cespe envolvido na fraude de cerca de 10 concursos públicos.

O nome do primeiro funcionário do Cespe, que foi ligado aos crimes, permanece sob sigilo. Ele foi revelado ao diretor da Deco ontem (26), pelo procurador-geral da Universidade de Brasília (UnB), José Weber Holanda. Holanda compareceu à delegacia e disse que o funcionário era terceirizado e trabalhou de 2001 a 2003 na gráfica do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe).

O Cespe é a instituição ligada à UnB e responsável pela elaboração das provas dos concursos sob investigação. O nome foi levado à polícia apenas como um suspeito, segundo o procurador. "Começamos a ligar uma coisa com outra e a pessoa a que poderíamos chegar foi essa. Passamos o nome à polícia para que se investigue", explicou o procurador.

Mais de 80 pessoas já foram presas por participarem ou se beneficiarem do esquema que garantia aprovação em concursos públicos. As investigações indicam que a quadrilha atuava em vários estados do país. Ortiz, que seria chefe da quadrilha, é técnico do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e se apresentou à Polícia Civil na última terça-feira (24).