Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
e Spensy Pimentel
Enviado especial
Brasília - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse, em Tóquio, que a criação de um grupo de trabalho para discutir a utilização, pelo Japão, de combustíveis produzidos a partir de biomassa, como o etanol e o biodiesel, é um avanço porque indica a concretização de um projeto. "Até agora, esse assunto da agroenergia vinha sendo tratado com boa vontade, mas sem uma consistência em termos de políticas desenvolvidas. A decisão do presidente Lula de criar um grupo para discutir as formas de implementação desse programa muda completamente o panorama", afirmou.
Roberto Rodrigues participou, nessa quinta-feira (26), juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros que integram a comitiva, de reunião de trabalho para discutir a utilização pelos japoneses de combustíveis como etanol e biodiesel. Na reunião, foi decidida a criação do grupo de trabalho pelos dois países para ampliar as discussões sobre o tema.
Segundo o ministro da Agricultura, o Brasil exporta hoje cerca de 2 bilhões de litros de etanol por ano e tem mais de 30 projetos de agroindústria, ligados ao setor de etanol, em implementação. O trabalho conjunto com o Japão representa oportunidade de crescimento para as exportações brasileiras do combustível. "Hoje, o Japão mistura 3% de etanol na gasolina de forma não obrigatória. Se isso fosse obrigatório, nós teríamos o Japão com um mercado de 1,5 bilhão de litros de etanol por ano. É quase outro volume do que é exportado pelo Brasil para todos os países do mundo", explicou.
Roberto Rodrigues afirmou que juntos, Brasil e Japão podem criar um novo paradigma para a utilização de combustíveis líquidos. "A grande alternativa líquida de curto prazo é a energia de origem vegetal porque é renovável, sustentável, melhor do ponto de vista ambiental e reduz a distância entre os países, uma vez que os mais pobres vão produzir para atender os ricos", acrescentou.