País deve investir na exploração de reservas nacionais de gás natural, diz secretário

26/05/2005 - 14h27

Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio - A exploração da reserva de gás de Campo de Mexilhão, entre os municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba, no sul-fluminense, seria capaz de produzir 50% a mais do que todo o gás que o Brasil deverá importar da Bolívia nos próximos 20 anos, segundo o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio, Wagner Victer.

Ele disse que o país precisa investir na exploração de reservas nacionais de gás natural para tornar-se independente das importações da Bolívia, que junto com a da Bacia de Campos representam os grandes centros fornecedores de gás para o país.

"Tenho certeza que a Petrobras, por sua competência e tradição, tem condição de acelerar a produção nessa reserva porque é uma necessidade, não só energética e técnica, mas inclusive política, ao fazer um contraponto ao momento que a Bolívia vive", disse.

A elevação de tributos definida pela nova Lei de Hidrocarbonetos, promulgada recentemente pelo governo boliviano, determina o aumento de 18% para cerca de 50% dos tributos cobrados para companhias estrangeiras que exploram petróleo e gás naquele país.

Wagner Victer informou também que a reserva de gás de Campo de Mexilhão é da ordem de 420 bilhões de m3, e que "só no primeiro momento seria possível extrair de 20 a 25 milhões de m3 de gás por dia, o equivalente ao que o Brasil importa hoje da Bolívia".

Ele enfatizou a importância da reserva de Bloco BS 500, em frente aos municípios de Maricá e Saquarema, que também possuiria "reservas significativas de gás". A perspectiva do secretário é que, até o final de 2008, as duas reservas já estejam produzindo gás.