Sândala Barros
Repórter da Agência Brasil
Macapá - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Amapá entregou à Superintendência da Polícia Federal e ao Ministério Público Federal no estado um relatório de 231 páginas com um panorama das irregularidades na aquisição de terras em várias regiões, principalmente nos municípios de Italbal do Piririm e Macapá.
A diretora do Incra no Amapá, Cristina Almeida, disse que a denúncia de irregularidades na aquisição de grandes áreas de terras no estado recebeu o aval da superintendência nacional do instituto. "Este é um trabalho de rotina, mas infelizmente foi interpretado de forma política por envolver autoridades do estado", afirmou.
A denúncia envolve nome de deputados estaduais e de autoridades do poder Judiciário. Segundo Cristina Almeida, as ocupações são consideradas irregulares porque as pessoas não se enquadram na norma que o Incra exige. "São pessoas que adquiriram as grandes áreas por meio de compras diretas com pessoas que tinham apenas a posse das terras, com o processo tramitando no Incra e não tiveram o aval do órgão", informou.
A denúncia de irregularidades na ocupação de grandes áreas causou reação na Assembléia Legislativa. Cristina Almeida é funcionária da Casa e foi informada, por meio de documento encaminhado pelo presidente, deputado Jorge Souza, para retomar imediatamente suas atividades num prazo de 72 horas.
Cristina Almeida informou o recebimento do pedido de retorno à Superintendência Nacional de Gestão Administrativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a quem está subordinada. "A superintendência nacional já foi comunicada do que está acontecendo no Amapá. Não vou retornar à assembléia sem que a determinação seja da superintendência, que já anunciou que vai enviar um procurador do órgão para acompanhar as denúncias. Não posso afirmar, mas acredito em represália devido às denúncias que envolvem deputados", concluiu. Os detalhes que constam no relatório do Incra não foram revelados à imprensa.