Spensy Pimentel
Enviado especial
Seul - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou hoje um panorama da economia brasileira para convidar empresários sul-coreanos a investir no Brasil e incrementar o comércio entre os dois países. "A economia brasileira vive um momento especial", afirmou o presidente, no encerramento do seminário Brasil-Coréia: Oportunidades de Comércio e Investimento, promovido pelo Itamaraty e a Agência de Promoção de Exportações Brasileiras (Apex). "Lançamos as bases para um longo ciclo de crescimento", disse.
Lula e os ministros que o acompanham se dedicaram, na tarde de hoje, a defender a idéia de que o Brasil está criando as condições para manter o crescimento sustentado da economia por um período de dez a 20 anos. "Estamos trabalhando para manter esse ritmo nos próximos anos", disse o presidente, lembrando que, em 2004, o Produto Interno Bruto do Brasil (a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) cresceu 5,2%.
Um ambiente de crescimento sustentado pode ser favorável aos investimentos estrangeiros, inclusive de longo prazo, como na infra-estrutura - tema importante no momento em que o governo procura consolidar o projeto das Parcerias Público-Privadas.
Lula lembrou que os coreanos já mantêm investimentos importantes no Brasil em setores como eletricidade, transportes, comunicações, construção e na indústria automobilística e pediu mais parcerias em setores como a construção de navios e os eletrônicos.
O presidente destacou ainda a possibilidade de o Brasil exportar etanol para a Coréia do Sul, para ser usado como aditivo na gasolina. No Brasil, toda a gasolina vendida nos postos tem cerca de 25% de etanol. A mistura reduz a emissão de gases nocivos à atmosfera na queima da gasolina e pode contribuir para que os países asiáticos cumpram as metas estabelecidas pelo Protocolo de Quioto para a redução da poluição do ar.
"Juntamente com o biodiesel, o etanol permitirá à Coréia do Sul diversificar sua matriz energética e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de gases", afirmou Lula.