BNDES diz que redução de juros visa estimular indústria brasileira de bens de capital

04/05/2005 - 18h29

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, as recentes medidas anunciadas para reduzir os juros cobrados em financiamentos de bens de capital pretendem apoiar o desenvolvimento do setor.

Para o superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Aluysio Asti, as medidas não objetivam contornar a ausência da redução da Taxa de Juros de Longo Prazo(TJLP) pelo Conselho Monetário Nacional. A TJLP é a taxa praticada pelo BNDES em seus financiamentos. Além da TJLP, o BNDES cobra um spread, que é uma taxa adicional de risco ou taxa de remuneração.

"Essas medidas têm um endereço muito específico, que é o apoio à indústria de bens de capital", disse ele, durante evento realizado hoje no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro(IBEF/RJ)

De acordo com as medidas anunciadas pelo presidente do BNDES, Guido Mantega, no último dia 26 de abril, a taxa de juros anual do Programa de Modernização do Parque Industrial Brasileiro(Modermaq) foi reduzida de até 14,95% para até 13,95%. A remuneração do banco, que era de 1,25%, caiu para 0,25%, o que representou uma queda de 80%. Nas exportações de bens de capital, a remuneração básica do BNDES, que era de 2,5%, passou para 2%.

Segundo Asti, já está havendo procura por informações sobre as novas taxas do BNDES, mas ele explicou que só se poderá ter uma idéia mais clara do alcance das mudanças daqui a um mês, aproximadamente. Isso acontece porque, segundo ele, a carta informando aos agentes credenciados do BNDES sobre as novas taxas ainda não foi expedida.

O BNDES é a única instituição brasileira de financiamento de longo prazo, e a TJLP, hoje da ordem de 9,75% ao ano, é bem mais baixa do que a taxa básica de juros Selic, definida pelo Banco Central para a economia (atualmente em 19,75% ao ano). A TJLP é uma taxa cobrada em financiamentos de longo prazo, que são os financiamentos para investimento e exportação, e é compatível com as taxas existentes nos países em desenvolvimento, segundo esclarece o superintendente do BNDES Wagner Bittencourt de Oliveira. Quem define a TJLP é o Conselho Monetário Nacional.