Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A fase de interrogatórios dos suspeitos de crimes financeiros e de lavagem de dinheiro na Operação Tango, realizada pela Polícia Federal de Porto Alegre, será encerrada esta semana. O último acusado a ser ouvido será o argentino César Arrieta, considerado um dos maiores fraudadores da Previdência Social no Brasil e um dos líderes da organização criminosa que vinha fraudando a Receita Federal há oito anos.
Na próxima semana começa a análise dos depoimentos. A Polícia Federal tem 30 dias para concluir o inquérito, que, em seguida, será encaminhado à Justiça, cabendo a denúncia ao Ministério Público.
Na última sexta-feira (15), Sigfred Franz Griesbach, 89 anos, um dos 13 presos acusados de participar das fraudes, prestou depoimento na justiça de Porto Alegre. Por causa de problemas de saúde, Siegfred foi transferido do Rio de Janeiro para Porto Alegre apenas para o depoimento. Logo em seguida, retornou ao Rio onde teve a prisão preventiva relaxada. Ele está em casa à disposição da justiça.
No mesmo dia o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal de Santa Maria, Pedro Carvalho Aguirre Filho, decretou a prisão preventiva de César Arrieta e do brasileiro Roberto Fabrin, apontados como líderes da organização que vinha fraudando a Receita Federal há oito anos. O mesmo pedido está sendo apreciado pela Justiça Federal em Porto Alegre. César Arrieta, condenado pela Justiça no Rio de Janeiro a 16 anos de prisão por fraudes contra a Previdência Social, aguardava em liberdade julgamento de recurso.
A Operação Tango, deflagrada em cinco estados brasileiros e no Distrito Federal para investigar crimes financeiros e lavagem de dinheiro, mobilizou 300 policiais federais e efetivou 13 prisões, entre empresários, advogados e contadores. O esquema representou movimentação financeira de cerca de R$ 1,5 bilhão.