MP aguarda mais provas técnicas para apresentar denúncia contra acusados da chacina no Rio

18/04/2005 - 17h46

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - O procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, afirmou hoje (18) que o Ministério Público (MP) deverá oferecer denúncia contra os acusados da chacina da Baixada Fluminense até o próximo dia 29, data em que se encerra o prazo do inquérito aberto pela Polícia Civil. O MP quer juntar ainda mais provas técnicas. O anúncio foi feito depois de uma reunião de Vieira com o secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, na qual foram apresentados os dados colhidos até agora pela investigação.

Segundo Vieira, a denúncia só será pedida quando as provas proporcionarem uma segurança maior para que se consiga fazer justiça. "Elementos mínimos para iniciar a ação penal já existem, mas há outras provas técnicas, que estão em fase de conclusão, que vão dar um suporte maior não só para o oferecimento da denúncia, mas também para que se consiga efetivamente uma condenação".

"O trabalho realizado pela polícia é um trabalho considerado satisfatório pelo Ministério Público. A prova testemunhal colhida é suficientemente contundente para o oferecimento de denúncia e as provas técnicas já estão chegando. A prova da materialidade dos ilícitos chegou hoje", disse.

O procurador-geral de Justiça explicou que se não for possível apresentar denúncia à Justiça até o dia 29, quando também se encerra o prazo de prisão temporária dos primeiros policiais detidos, novos mandados de prisão serão solicitados.

Segundo o secretário de Segurança, Marcelo Itagiba, até agora, três testemunhas da chacina já depuseram perante a Justiça do Rio. A chamada "antecipação de prova" fica registrada no tribunal, mesmo antes da apresentação da denúncia do Ministério Público, podendo ser utilizada no julgamento dos culpados pelo crime. "Fora isso, outros testemunhos foram prestados (à polícia) e, se necessário, o Ministério Público se encarregará de solicitar qualquer outra antecipação".

No momento, 11 policiais militares estão presos temporariamente e um está detido administrativamente pela Polícia Militar, todos suspeitos de participarem da chacina que vitimou 29 pessoas nas cidades de Queimados e de Nova Iguaçu, no dia 31 de março.

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