Fórum debate política para inclusão das indústrias criativas na agenda dos países em desenvolvimento

18/04/2005 - 17h32

Marília Santos
Da Agência Brasil

Brasília - Cerca de cem representantes de diversos países discutirão uma política mundial para inclusão das Indústrias Criativas na agendas dos países em desenvolvimento no Fórum Internacional das Indústrias Criativas que se realiza de hoje até quarta-feira (20), em Salvador (BA). No encontro será lançado o Centro Internacional das Indústrias Criativas (Ciic), com sede no Brasil.

Essas indústrias podem ser entendidas como as da moda, da música, do audiovisual, web, design e os diversos produtos culturais, ou seja, exercem um importante papel colocando a criatividade e a cultura em seu processo de produção e trabalho.

A reunião é realizada pelo Ministério da Cultura em parceria com a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo dados da ONU, as indústrias do entretenimento representam aproximadamente 7% do PIB mundial e, em 2005, poderão movimentar até US$ 1,3 trilhão no mundo. Em 2000, esse volume era de US$ 831 bilhões. É esse número que baliza o encontro e discussões internacionais sobre o assunto.

O Fórum foi articulado pelo ministro Gilberto Gil desde a XI Unctad, há um ano. "O Centro Internacional das Indústrias Criativas deve beneficiar todo mundo, mas acredito que ele será mais importante para os países em desenvolvimento", disse Gil. Os três dias de discussão servirão para traçar um desenho de como será o Ciic.

O ministro da Cultura falou da necessidade da parceria entre as iniciativas pública e privada e disse que devemos ampliar o conceito de Cultura. "Para mim, tudo que não é natureza é Cultura", afirmou Gil. Ele também acredita que o Centro proporcionará um aumento da oferta de bens e serviços culturais, o que já é predominante na economia de países desenvolvidos.

Além de Gilberto Gil participam da abertura do evento os ministros Celso Amorim, das Relações Exteriores, Ricardo Berzoini, do Trabalho e Emprego, e Jaques Wagner, do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social.