Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O procurador geral da República, Cláudio Fonteles, deverá examinar até o final do próximo mês os documentos encaminhados pela defesa do ministro da Previdência Social, Romero Jucá. A informação é da assessoria de Imprensa da Procuradoria, acrescentando que Fonteles já recebeu outras denúncias contra Jucá, mas ainda não as examinou. O mandato do procurador geral expira no dia 30 de junho.
A expectativa do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, contratado pelo ministro Romero Jucá para defendê-lo, é de que o procedimento administrativo será arquivado, diante das provas que apresentou.
No dia 29 de março, o procurador Geral da República Cláudio Fontelles enviou correspondência ao ministro pedindo esclarecimentos sobre empréstimos feitos à empresa Frangonorte, Indústria e Comércio, de Roraima, pelo Banco da Amazônia, segundo denúncia da Procuradoria no estado. De acordo com a denúncia, houve malversação no uso do dinheiro, em época em que o ministro era sócio da empresa. No ofício ao ministro, Fonteles deu prazo de 20 dias para que o ele respondesse, caso assim o desejasse.
O documento protocolado hoje tem cerca de 50 páginas e, segundo o advogado, mostra que de um total de R$ 4,2 milhões emprestados à Frangonorte, apenas R$ 750 mil foram liberados na época em que o ministro era sócio. Os recursos, ainda de acordo com o advogado, foram efetivamente utilizados para capital de giro da empresa, que estava em situação pré-falimentar. Outra parcela de igual valor foi liberada pelo Banco da Amazônia à Frangonorte, quando Romero Jucá deixou a sociedade. Foi admitido o sócio Luiz Carlos Fernandes de Oliveira, que apresentou fazendas como aval para a concessão do financiamento e essas propriedades foram acatadas, segundo o advogado do ministro, por empresa credenciada pelo Banco, que avaliou a operação como legal.