Sesc-Rio pretende criar rede para ensinar população a prevenir doenças

14/04/2005 - 12h22

Rio, 14/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Serviço Social do Comércio (Sesc) do Rio pretende lançar uma rede de informações sobre a importância da prevenção de doenças como diabetes, hipertensão, aids e doenças infecciosas por uso de água contaminada. A idéia está sendo discutida hoje, no Rio, em um fórum que reúne representantes dos ministérios e secretarias de Saúde e Educação, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Escola Nacional de Saúde Pública.

O Sesc-RJ já realiza, há cinco anos, trabalho desse tipo, levando informações às escolas e às comunidades pobres sobre a prevenção de tais doenças. Os orientadores ensinam às crianças e adolescentes que o consumo excessivo de sal, de álcool, o fumo, o excesso de peso, o estresse e a falta de atividade física podem causar doenças crônicas. O programa do Sesc-Rio também oferece serviços de saúde, como exames de dosagem de glicose e colesterol, verificação da pressão arterial e tratamento dentário gratuito.

Segundo a gerente de Saúde do Sesc-RJ, Ana Cristina Pimentel, é preciso conscientizar um número cada vez maior de pessoas de que a educação e prevenção são fatores fundamentais para que tenham uma vida mais longa e saudável. A prevenção também contribui para que a demanda nos hospitais e postos de saúde seja cada vez menor.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crônicas, que na maioria dos casos podem ser evitadas, são responsáveis por 60% dos gastos com saúde em todo o mundo. Os dados revelam que no Brasil as doenças cardiovasculares são a principal causa da mortalidade - 80 mil pessoas por ano morrem de doenças do coração. O país está em nono lugar, da lista da OMS dos países onde as doenças cardíacas aparecem como principal causa dos óbtios anuais, e é o sexto em número de mortes causadas por derrame. A hipertensão é responsável por 10% do número de mortes registrados por ano.

Segundo o Anuário Estatístico de Saúde, elaborado pelo Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro, 33% da população tem pelo menos uma doença crônica e 46% têm duas ou mais doenças que poderiam ter sido evitadas. O índice supera a média nacional, que é de 31%.

Os dados revelam também que 11% dos brasileiros com mais de 4O anos são portadores de diabetes. Relatórios da Sociedade Cirurgia Bariátrica mostram que o Brasil ocupa a segunda posição entre os países que mais realizam cirurgias de redução do estômago como forma de controle e perda de peso, perdendo apenas para os Estados Unidos. Os médicos estimam que mais de 40% dos brasileiros - cerca de 70 milhões de pessoas - estão acima do peso ideal; um índice que dobrou nos últimos 30 anos.