Pedro Z. Malavolta
Da Agência Brasil
São Paulo – A iniciativa do jogador do São Paulo Futebol Clube, Edinaldo Batista Líbânio, conhecido como "Grafite", de denunciar o jogador argentino por racismo permitiu a atuação da polícia, avalia o delegado Dejar Gomes Neto, responsável por acompanhar o caso. "Sem a denúncia de Grafite, não poderíamos ter autuado em prisão o outro jogador".
Durante o jogo de ontem (13) pela Taça Libertadores da América, ainda no primeiro tempo, Grafite foi ofendido pelo jogador do Quilmes da Argentina, Leandro Desábato. Irritado, o brasileiro agrediu fisicamente Luis Arano, também do Quilmes. Grafite e Arano foram expulsos. Ao final do jogo, o delegado Oswaldo Gonçalves,que estava presente no estádio do Morumbi, zona oeste da capital paulista, deu ordem de prisão a Desábato.
De acordo com o delegado Gomes Neto, Desábato infringiu o artigo 140º do Código Civil, que regulamenta o crime de injúria. "[Infringir esse artigo] é ofender a honra subjetiva de um cidadão. Se você está no trabalho e alguém diz que você é um cachorro, e você se sente ofendido, pronto, está caracterizado o crime de injúria", explica o delegado. Ainda segundo ele, como a acusação de injúria é agravada pelo racismo (3º parágrafo do artigo 140º), Desábato não tem direito à fiança, e deve aguardar o julgamento preso. Segundo o delegado Gomes Neto, Desábato assumiu em durante o depoimento que fez declarações racistas.
Desábato está desde de ontem à noite preso no 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, zona sul de São Paulo, aguardando o pedido de habeas corpus.