Rio, 14/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os setores da indústria e de infra-estrutura foram os que mais contribuíram para o aumento de 10% registrado nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro trimestre. Os recursos liberados pela instituição somaram R$ 9,4 bilhões, dos quais R$ 4,8 bilhões destinados ao setor industrial, com incremento de 12% em comparação a igual período de 2004, e R$ 2,9 bilhões para infra-estrutura, cujo desempenho superou em 49% o dos três primeiros meses do ano passado.
O superintendente de Planejamento do BNDES, Aloysio Asti, informou que o peso dos dois setores no desempenho trimestral já era esperado, aliado ao das micro, pequenas e médias empresas (MPEs). O comportamento ascendente deverá ser mantido nas liberações da instituição até o final do ano, segundo Asti, que destacou o crescimento de 11% nos desembolsos para as MPEs, que somaram R$ 3 bilhões. Dentro desse segmente o setor de infra-estrutura liderou a liberação de recursos, com R$ 1,2 bilhão – aumento de 139% em relação a 2004.
Os dados revelam ainda que os enquadramentos – o primeiro nível de análise das propostas de financiamento que chegam ao banco – aumentaram 31%, somando R$ 19 bilhões. Já as cartas-consulta (entrada dos pedidos na instituição) tiveram queda de 20%, alcançando R$ 16,9 bilhões, contra R$ 21 bilhões no primeiro trimestre de 2004. Segundo o superintendente, o resultado se deve ao acúmulo de solicitações de financiamento de exportações no ano passado, como as de aviões, que somaram R$ 7,1 bilhões e não se repetiram neste ano.
O mesmo fator, acrescentou Asti, justifica a queda de 6% nos desembolsos para exportação entre janeiro e março deste ano, no valor de US$ 1,1 bilhão. "A nossa interpretação é que o mercado está com mais dinheiro para financiar exportação. Como nós somos complementares em grande parte, as empresas estão se dirigindo a outras instituições financeiras para obter crédito", explicou.
A expectativa para abril é de consultas e enquadramentos ampliados, e no ano Asti prevê destaque para projetos de energia elétrica, telecomunicações, petroquímica e papel de celulose.
