Diadema (SP) será modelo de combate à violência na reunião da ONU em Bangkok

14/04/2005 - 15h08

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A experiência da cidade de Diadema, no Grande ABC, na redução dos índices de criminalidade será levada ao 11º Congresso da Organização das Nações Unidas (ONU) de Prevenção ao Crime e Justiça, que acontece de 18 a 25 de abril, em Bangkok, na Tailândia. Segundo a assessoria de imprensa municipal, a cidade foi a única escolhida na América Latina como um caso modelo a ser apresentado, por suas ações de combate à violência. As ações implantadas no município transportaram a cidade da liderança para a 18ª posição no ranking das mais violentas do Estado de São Paulo. O trabalho elaborado em Diadema será mostrado pelo prefeito José de Filippi Junior (PT), em um workshop para 250 líderes de diversos países.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Diadema, em 1999, a cidade, que tem 383 mil habitantes, registrava um homicídio por dia, ou seja 102,82 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2001 foram 65,79 mortes para o mesmo número de moradores e, no ano passado, esse índice caiu para 34,58 (68% a menos).

A redução desses números se deve aos programas de incentivo à prevenção ao crime. Diadema foi, por exemplo, a primeira cidade a implantar o programa de desarmamento com a participação de entidades da sociedade civil. Desde agosto de 2004 foram entregues 1.212 armas à polícia. Dessas, 978 foram entregues por homens e 234 por mulheres, o que indica, segundo a prefeitura, a preocupação das mães de família com a violência doméstica. Diadema também vem investindo na educação infantil contra o desarmamento. Nas três campanhas anuais feitas foram arrecadadas 12 mil armas de brinquedo.

Foi feito também um mapeamento dos locais com maior incidência de ocorrências criminais de qualquer tipo e, a partir da pesquisa, instaladas 26 câmeras de última geração, importadas do Canadá, em locais estratégicos. Até o final do ano, a previsão é de 100 câmeras instaladas a um custo de R$ 4,5 milhões.

O mapa indicou também que 60% das ocorrências aconteciam entre 23h e 4h. Por conta disso foi determinado por lei, em vigor desde 15 de julho de 2002, o fechamento dos bares das 23h às 6h da manhã. A fiscalização é feita por fiscais da prefeitura, que são escolhidos aleatoriamente para evitar corrupção, e atuam nas madrugadas, acompanhados de seguranças. Nos 32 meses de vigor da lei, mais de 1.500 bares foram notificados, 94 multados e 26 lacrados.

Outra medida são os programas para adolescentes residentes nessas áreas de risco. Eles podem participar do Adolescente Aprendiz, onde jovens estudantes de 14 a 15 anos recebem uma bolsa de R$ 130,00 e participam de cursos de cidadania, convivência, sexualidade e administração, entre outras áreas. Para as mulheres que já sofreram agressões existe uma casa para atendimento psicológico e social e cursos que servem como alternativas de trabalho e renda.

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