Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Sociedade Rural Brasileira não concorda com as mudanças nos índices de produtividade propostas hoje (13) pelo ministério do Desenvolvimento Agrário. "Estão buscando formas de desapropriar fazendas, querem arrumar terras de qualquer jeito, para insistir num modelo de reforma agrária ultrapassado, caro e que infelizmente deu absolutamente errado", afirma o presidente da Sociedade, João de Almeida Sampaio Filho.
Para ele, os índices propostos "são bastante altos, é preciso garantir que os pequenos e médios produtores não sejam excluídos", aponta. A Sociedade discorda também da fórmula utilizada, que calcula o número de animais (cada 450 quilos equivale a uma cabeça) por hectare. "Ter uma grande quantidade de animais não significa produtividade boa", ressalta.
João de Almeida diz ainda que as mudanças estão sendo feitas num momento "inadequado, de perda de rentabilidade e diminuição de produtividade causadas pelas secas e pela economia". Ele explica que, no ano passado, houve um aumento nos custos de produção o que causa menos condições financeiras para plantar e risco de queda de produtividade. Segundo o presidente, a demanda internacional foi aquecida e subiram os preços dos adubos, "o Real desvalorizou e, agora, valorizou novamente. Os preços subiram, mas não diminuíram novamente".
Os novos índices para cálculo de terras improdutivas foram apresentados hoje pelo coordenador do Núcleo de Estudos Agrários de Desenvolvimento (Nead) do ministério do Desenvolvimento Agrário, Caio Galvão de França. Para serem colocados em prática, é necessária ainda a aprovação do ministério da Agricultura.
AD