Brasil aumenta participação na venda de gado vivo para o exterior

13/04/2005 - 12h39

Rosamélia de Abreu
Repórter da Voz do Brasil

Brasília - A pecuária brasileira está conquistando um novo mercado no exterior: o comércio de boi vivo. No mês de março, foram enviados para o Líbano, por navio, 9 mil animais. Além disso, uma missão das Filipinas está negociando a compra nessa modalidade e alguns países do Leste Europeu também demonstraram interesse na transação.

As informações são do analista de Comércio Exterior da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, José Renato Barcellos Ferreira. Segundo ele, essa nova modalidade de comércio vai ajudar o país a consolidar a posição de grande exportador mundial de carne bovina.

"O Brasil é um grande exportador de carne bovina e precisa ingressar nesse novo mercado. O comércio internacional movimenta aproximadamente, US$ 5 bilhões por ano com a venda de gado vivo. No ano passado, o Brasil vendeu US$ 7,338 milhões, o que é muito pouco", afirma.

As vantagens da comercialização de boi vivo são principalmente a redução do custo para o pecuarista. "Para vender o gado vivo o custo do pecuarista é menor e independe da intermediação dos frigoríficos", lembra o especialista. Segundo ele, o preço do animal vivo - com peso médio de 240 quilos - no mercado internacional varia entre US$ 600 e US$ 800, dependendo da qualidade da mercadoria. A tonelada da carne processada ou in natura pode atingir US$ 2,122 mil.

Ferreira lembrou que o crescimento do Brasil no comércio de gado vivo está muito acentuado. "De 2002 a 2004, o crescimento das vendas foi de 14.000%. Em 2002, o Brasil exportou 1.014 mil animais e no ano passado esse número subiu para 15 mil cabeças", revela.

Os maiores exportadores mundiais de gado vivo são a Austrália e o México.