Romero Jucá deve apresentar defesa à Procuradoria Geral no início da próxima semana

08/04/2005 - 18h56

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Previdência, Romero Jucá, deve apresentar sua defesa à Procuradoria Geral da República no início da próxima semana. Os advogados de Jucá, segundo a assessoria do ministério, vão concluir a chamada "juntada dos autos" até domingo. Romero Jucá é acusado de participar de operações irregulares envolvendo recursos públicos.

De acordo com o assessor do ministro, Alexandre Jardim, parte dos documentos está em Roraima, o que atrasou a finalização do processo. "As provas vêm de avião para Brasília. Mas existe apenas um vôo diário que faz esta rota. A dificuldade do transporte atrasou a conclusão". Segundo ele, o Procurador Geral da República, Cláudio Fonteles, estabeleceu um prazo de 20 dias para a apresentação da defesa. A data limite é o dia 18 deste mês.

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social, Marcelo Oliveira, afirma que as denúncias sobre Jucá não devem prejudicar o atendimento nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). "É um exagero dizer que os trabalhadores da Previdência vão parar porque estão estupefatos com as notícias veiculadas", diz. "O Palácio do Planalto nomeou o Jucá e ele tem que ter respaldo para cumprir sua missão: trabalhar pela melhoria do atendimento e pelo fim da sonegação e fraudes".

As denúncias afirmam que Jucá teria oferecido ao Banco da Amazônia (Basa) fazendas inexistentes no Amazonas como garantia de empréstimo feito pelo banco à empresa Frangonorte em 1996 – da qual Jucá foi sócio entre 1994 e o final de 1996. O ministro afirma que já havia deixado a Frangonorte no momento em que o empréstimo foi realizado. Segundo Jucá, a empresa pertencia ao empresário Luiz Carlos Fernandes de Oliveira no momento em que as fazendas foram oferecidas como garantia do empréstimo. O ministro move ação contra o banco que, segundo ele, foi omisso na alteração dos dados. O banco e o Ministério Público Federal investigam o caso.