Brasília, 3/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - Representantes da Comunidade do Caribe e Mercado Comum (Caricom), em missão chefiada pelo primeiro-ministro de São Cristóvão e Névis, Denzil Douglas, estão no Brasil a partir de hoje para conhecer o programa brasileiro de prevenção e tratamento de DST/Aids. Até o dia 9, a comissão visitará hospitais e centros de distribuição de medicamentos e de tratamento de portadores do vírus HIV, segundo informa o Ministério da Saúde.

Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, o diretor do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), Pedro Chequer, afirma que a visita da missão da Caricom fortalecerá o intercâmbio científico entre os países. O Brasil, acrescenta Chequer, está disposto a trocar experiências, principalmente nas áreas de prevenção e tratamento.

"Os acordos que poderão ser firmados a partir da visita da Caricom vão significar uma ação mais integrada do Brasil com a região do Caribe, que tem grande destaque no mapa global da epidemia", avalia, segundo a assessoria.

A Guiana, por exemplo, tem interesse no controle de qualidade de medicamentos anti-retrovirais. O Suriname pretende firmar acordos de cooperação para ações preventivas nas áreas de garimpo, onde vários brasileiros exercem trabalho ilegal e têm dificuldade de acesso a serviços de saúde. Ao governo brasileiro interessa cooperar com o Haiti, tendo em vista o compromisso político do Brasil de liderar a força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) nesse país.

De acordo com o último relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), divulgado em dezembro do ano passado, mais de 440 mil pessoas, entre adultos e crianças, vivem com o HIV na região do Caribe. A taxa de prevalência da doença entre adultos é de 2,3% – inferior apenas à da África subsaariana, onde chega a 7,4%. No Brasil, a taxa é de 0,6%.

Em fevereiro, na XVI Conferência de Chefes de Governo da Caricom, o presidente Lula afirmou que o Brasil está disposto a avançar com "ousadia, flexibilidade e generosidade" para aprofundar as negociações com os países do Caribe: "Vamos estimular negócios e projetos de cooperação que vão além da relação comercial. Fomentaremos a circulação de bens e serviços e buscaremos maior concentração interregional em todos os níveis."