BNDES espera liberar para a indústria R$ 4 bilhões disponíveis para a área em 2005

03/04/2005 - 8h45

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai realizar integralmente este ano o orçamento programado para a área industrial, hoje dissociada da área de indústria de base, que alcança R$ 4 bilhões. Essa é a expectativa do diretor das Áreas Industrial e de Comércio Exterior do BNDES, Armando Mariante. "Eu diria que tem uma chance bastante boa (disso)", avaliou Mariante, em entrevista à Agência Brasil, no Rio de Janeiro.

Ele baseou sua estimativa no crescimento econômico do país, que, segundo ele, continua indo bem. "E a compra de bens de capital é o sintoma mais revelador de crescimento, porque, quando uma empresa compra equipamentos, é sinal de que ela vai se expandir. E isso tem acontecido. O setor de bens de capital está com um volume de encomendas bom, então nós estamos apostando que o Brasil vai repetir este ano um crescimento bem significativo".

A opinião é compartilhada pelo superintendente da Área Industrial, Carlos Gastaldoni. "Nós temos um orçamento este ano de R$ 4 bilhões, e a gente acha que vai cumprir esse orçamento, que é bem maior que o do ano passado", externou.

Os desembolsos gerais do BNDES devem evoluir também na mesma proporção, segundo Mariante. A previsão para 2005 é que as liberações efetuadas pelo BNDES superem em 40% a 50% o que foi desembolsado no ano passado, devendo atingir em torno de R$ 60 bilhões no exercício. Acompanhando a proporção do crescimento no desembolso total, as liberações para a área industrial, que envolve o setor de manufaturados, deverão mostrar aumento de cerca de 50% em 2005.

Armando Mariante afirmou que o BNDES tem uma limitação, que é a questão do aumento de capital. Lembrou, porém, que o presidente do banco, Guido Mantega, está examinando "com muito cuidado" o assunto. Hoje, o patrimônio líquido do banco é fator limitante de empréstimos, uma vez que o envolvimento da instituição com as empresas, sobretudo os grandes grupos industriais como Petrobrás e Vale do Rio Doce, não pode ultrapassar um determinado percentual. Mariante defendeu o aumento do capital do BNDES para que se possa manter o crescimento desses empréstimos. Afirmou ainda que a possibilidade de capitalização do BNDES via Tesouro Nacional não está descartada.