Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Programa Biodiesel de Goiás, desenvolvido pela Universidade Federal do estado(UFG), tem como principal ação usar o plantio de oleaginosas em áreas devastadas para recuperação do solo. Segundo o pesquisador do Centro de Estudos de Química da UFG, Nelson Antoniosi Filho, o programa aproveitará a produção de soja do estado para estudar a viabilidade na produção de biodiesel. O estado, grande produtor de soja e algodão, tem 64% de sua área devastados em função da atividade agropecuária.
A idéia, conta Antoniosi Filho, é produzir oleaginosas no sudoeste de Goiás, onde estão concentradas as áreas mais devastadas. "A fonte da matéria-prima estaria disponível a médio e a longo prazo. Estamos pesquisando também o potencial do pequi e do baru, que levam sete anos para produzir", afirmou.
O governo estadual apóia o projeto e criará um selo verde para oleaginosas da região. A UFG trabalha na caracterização das plantas e no controle de qualidade dos óleos. "Há sete trabalhos de dissertação de teses em curso para uso de plantas nativas e produção de óleos, além da avaliação do teor de ácidos graxos de 50 oleaginosas", conta o pesquisador. Outro objetivo do programa goiano é o aproveitamento de rejeitos graxos da indústria e do comércio para serem adicionados ao diesel.
Antoniosi Filho apresentou os pontos principais do Programa Biodiesel de Goiás na I Reunião da Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel, que termina amanhã (30). A rede foi criada para que os pesquisadores dos 27 projetos do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel se comuniquem e pensem melhores formas de aplicar os recursos disponíveis para a realização de estudos tecnológicos.