Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Capoeira, dança e música. Assim foi lembrado o Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial no Congresso Nacional. A data que marca oficialmente a luta contra o racismo é 21 de março e foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar o massacre de Sharpeville, na África do Sul. Na ocasião, 69 negros foram assassinados por policiais quando participavam de uma manifestação contra o apharteid, regime de segregação imposto pelo governo sul-africano contra maioria negra do país.
No Brasil não há apharteid, mas o racismo e a discriminação estão no cotidiano brasileiro, afirma a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. "Aqui não há regulamento na porta: aqui não entra negro. Mas, no cotidiano, essas coisas se expressam".
Para Jader Nicolau Junior, da Organização Portal Afro-Instituto Cultural, é fácil perceber a existência do racismo em uma empresa, quando apenas brancos estão em cargos de chefia, ou quando ouve comentários preconceituosos sobre relacionamentos entre brancos e negros.
Ele considera importante a promoção de políticas afirmativas para as pessoas conhecerem mais a cultura negra. "Hoje a cultura está sendo descoberta porque ela sempre esteve presente. Hoje, está tendo essa valorização com políticas afirmativas", disse.
A ministra destacou a importância da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial para ajudar na divulgação da cultura afro-brasileira. "O Estatuto será uma peça legal, potente porque obrigará o estado a aplicar o conceito das ações afirmativas nas ações políticas. O ganho não será imediato, mas a lei provocará mudança na condução da política pública em médio e longo prazo teremos a população negra cada vez mais incluída na vida política, pública do país", afirmou a ministra, lembrando que o racismo é crime inafiançável.