Para coordenador, desempenho do hospital de Campanha da Marinha foi ''além do esperado''

28/03/2005 - 17h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O coordenador da intervenção federal nos hospitais do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, avaliou de forma positiva o primeiro dia de operação do hospital de Campanha da Marinha. "Foi muito além do esperado", disse Côrtes.

Para o coordenador, os cerca de 2 mil pacientes que foram ao Campo de Santana - local onde está instalado o hospital - são "mais uma constatação da ausência total de atendimento de rede básica, programa de Saúde da Família, atendimento ambulatorial e pronto-atendimento na nossa cidade. Isso é uma triste constatação". Os hospitais de Campanha da Marinha e da Aeronáutica atenderam até a tarde de hoje (28) 1,1 mil pessoas. Outras 790 tiveram que ser remanejadas para outros hospitais.

Côrtes lamentou a atitude da prefeitura que decretou ponto facultativo no município na última quinta-feira (24), véspera do feriado da Semana Santa: "É realmente assustador que, com a calamidade em que estamos, na véspera da Semana Santa fosse criado um ponto facultativo nesses ambulatórios que já estavam com atendimento precário, ou seja, acumulando mais pessoas com esperança de ter atendimento no hospital de Campanha".

O diretor do departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Arthur Chioro, disse que a prefeitura do Rio poderá ser descredenciada do Sistema Único de Saúde (SUS) se não for adotada uma política de reestruturação da rede básica e das equipes do Programa Saúde de Família no município.

O baixo atendimento na rede básica tem provocado a superlotação dos hospitais sob intervenção federal, além dos dois de hospitais de campanha, instalados em caráter temporário para atender apenas casos de emergência ou de maior complexidade. O atendimento ambulatorial, ações preventivas e de doenças de menor complexidade são responsabilidade da rede básica, através de Centros Municipais de Saúde (CMS) e Postos de Atendimento Médico (PAM).