Juros básicos altos inibem desenvolvimento do mercado de capitais, diz presidente da Bovespa

23/03/2005 - 17h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Raymundo Magliano Filho, afirmou hoje (23) à Agência Brasil que a taxa de juros básica do país ainda é o principal fator inibidor do desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil.

Essa taxa, conhecida como Selic, hoje está em 19,25% ao ano, e refere-se aos juros que o governo brasileiro paga a quem compra seus títulos públicos. Com a Selic alta, os investidores preferem investir em títulos do governo ao invés de entrar no mercado de capitais - com maior risco.

Ele se mostrou, entretanto, otimista em relação ao futuro próximo. "No momento em que tiver no país uma taxa de juros mais baixa, as pessoas começarão a procurar mais o mercado de capitais como uma grande alternativa. Para isso a cultura é fundamental", destacou. "Se as pessoas forem assumindo a nova idéia de que se trata de um investimento de longo prazo e que podem ser feitos clubes de investimento com pequenas quantias, isso é que vai dar o resultado desejado", afirmou.

O Presidente da Bovespa reafirmou a necessidade de que os empresários sejam motivados cada vez mais a abrir o capital. Lembrou que no ano passado sete empresas abriram o capital. Em 2005 já podem ser contabilizadas 2 aberturas, da companhias Renar e da Submarino. "Precisamos de muitas aberturas de capital para que os empresários tenham novos sócios. Nós precisamos no Brasil é de parceiros e sócios", frisou Magliano. "Se o empresário quer realmente ter dinheiro, ele precisa de acionistas", declarou.