Grupo de trabalho estuda atuação preventiva em regiões afetadas por seca

23/03/2005 - 17h57

Brasília, 23/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - Com o objetivo de tentar se antecipar a eventuais problemas meteorológicos, como a seca no Sul ou no Nordeste e também o excesso de chuvas, o ministério da Integração Nacional coordena um grupo de trabalho que se reúne semanalmente, mas ainda não anunciou medidas. "Pela primeira vez temos estudos mais elaborados que nos permitem com antecedência prever medidas para atuação nas regiões afetadas", afirmou o secretário executivo do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Carlos Guedes.

Ao contrário da região Sul, onde a seca surpreendeu os cientistas neste ano, a região Nordeste vem sendo estudada nos últimos 30 anos. "Hoje a gente consegue prever 70% a 80% dos casos, com três a quatro meses de antecedência", disse Antônio Divino Moura, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), onde foi comemorado hoje o Dia Meteorológico Mundial.

A comunidade científica brasileira ainda estuda o que teria causado a seca no Sul, considerada atípica neste ano. Um aquecimento no Oceano Pacífico, como acontece com o fenômeno El Niño, é uma das hipóteses. Mas o fenômeno ocorreu próximo à região da Indonésia e não na costa do Peru e norte do Equador. E por ser parecido, vem sendo chamado de La Niña. "Nossos meteorologistas foram surpreendidos, porque o El Niño normalmente causa chuvas", informou Moura.

Neste ano, a previsão é de que as chuvas cessem de junho/julho a dezembro/janeiro no norte da região Nordeste – Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e parte de Pernambuco devem ser atingidos pela estiagem. A preocupação do Inmet, segundo Moura, é que no histórico das chuvas nos últimos 150 anos, em algumas décadas há maior incidência de secas. "Nós estamos entrando em uma dessas décadas", adiantou o diretor.