Rio, 22/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - A demanda mundial por minério de ferro continuará forte neste ano e o equilíbrio com a oferta só deverá ocorrer em 2007. A previsão é do presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli, para quem o mercado se manterá aquecido nos próximos 18 meses.

Em entrevista coletiva, ele admitiu que há escassez do produto no mercado mundial, da ordem de 40 milhões de toneladas, e lembrou que no ano passado a siderurgia mundial cresceu em torno de 8%, o que representou uma demanda adicional de quase 100 milhões de toneladas de minério de ferro. Para 2005, segundo Agnelli, os números indicam crescimento não inferior a 5% e o principal mercado consumidor, a China, deverá elevar a demanda em cerca de 30%, contra crescimento de 40% em 2004.

O presidente da CVRD informou que estão sendo desenvolvidos projetos em parceria com grupos internacionais, nas áreas de ferro gusa (Pará), alumina (Pará) e aço (Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro), e que totalizam investimentos diretos estrangeiros de US$ 8 bilhões para o processamento de minério no Brasil.

"Nós temos condições muito positivas no Brasil, comparativamente a outros lugares do mundo. O que falta na realidade é fazer com que esse projeto seja também competitivo com outras alternativas do mundo", disse Agnelli, após lembrar que no final do ano passado foram discutidas idéias para minimizar os efeitos da carga tributária, com os ministros da Fazenda e do Desenvolvimento. "Agora está na hora de a gente voltar a discutir, porque estamos prontos a tomar a decisão de tocar esses investimentos para a frente. É o momento de o investidor começar a desembolsar e precisamos dar uma condição melhor, pelo menos enquanto o projeto não está gerando recursos", acrescentou.