Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O rendimento médio dos trabalhadores da região metropolitana de São Paulo atingiu em janeiro o pior patamar desse mês desde 1985, quando a pesquisa do Seade/Dieese começou a ser realizada. Em janeiro deste ano, o rendimento médio dos ocupados era de R$ 1.006,00, 1,6% menos que no mês anterior e quase a metade do que era pago em janeiro de 1985, quando equivalia a R$ 1.900,00. Nos últimos 12 meses, contados até janeiro, o rendimento médio dos assalariados no setor privado apresentou decréscimo de 4,4%, devido à redução dos salários no comércio (11,2%), nos serviços (5,6%), não compensada no crescimento dos salários pagos pela indústria (1,1%).
A pesquisa divulgada hoje (22) revela também que a taxa de desemprego na região subiu 2,4% entre janeiro e fevereiro, passando de 16,7% para 17,1% da População Economicamente Ativa (PEA). O aumento do desemprego, neste período do ano, é considerado típico em razão do fechamento de postos de trabalho temporários criados para atender ao movimento das festas de fim de ano. De acordo com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a expectativa é de que em março ainda haja um crescimento do desemprego, mas a partir de abril e maio a tendência é recuperar postos de trabalho.
Já na comparação com fevereiro de 2004, a taxa de desemprego caiu 13,6%, como resultado da criação de 380 mil vagas, número superior a entrada de 141 mil pessoas no mercado de trabalho. Todos os setores apresentaram elevação de ocupações nessa comparação mês a mês: Serviços (153 mil), Comércio (94 mil), Outros setores (75 mil). O destaque fica para a indústria, uma vez que dos 58 mil postos criados, 23 mil são de carteiras assinadas.
"A indústria vem crescendo em termos de ocupação e de rendimento e, portanto, há uma tendência maior de formalização natural, nesse momento mais forte. É importante, porque a indústria é o carro chefe da nossa economia. Se ela está contratando de maneira formalizada, se contrata com melhores salários, isso tem rebatimento positivo para aos demais setores da economia", ressalta Granz Lúcio.