Daniel Lima
Repórter da agência Brasil
Brasília - O Secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, não descarta o aumento do superávit primário do setor público, atualmente em 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Ao participar do 1º Encontro Anual de Especialistas em Administração da Dívida Pública da América Latina e do Caribe, promovido pela instituição nesta quinta-feira em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Rio de Janeiro, Levy disse que essa a hipótese pode ser considerada.
O superávit primário é o resultado das receitas menos as despesas, sem a contabilização dos juros. Ele, no entanto, levou em consideração dois aspectos: corte de gastos obrigatórios e a carga tributária. Ou seja, no momento atual, a meta de superávit, de 4,25%, está em linha com a política econômica do governo e seu objetivo de reduzir a relação dívida pública/PIB, mas pode ser alterada para corrigir qualquer desvio da meta.
O secretário citou o caso de 2004, em que houve aumento do superávit primário diante do crescimento da arrecadação, quando 4,25% para 4,5% do PIB. Isso porque com mais dinheiro em caixa, o governo teve mais espaço para pagar os juros da sua dívida. O mesmo aconteceria com a redução dos gastos obrigatórios.
Levy disse ainda que a proposta da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) que pede corte de gastos do governo no lugar da elevação da taxa básica de juros, é elogiável. Mas defendeu o Banco Central por considerar que só com a redução de riscos fiscais a inflação cederia sem juros tão altos.