Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, disse hoje, após reunião com o presidente da Varig, Carlos Luiz Martins, que o governo não tem nada para vender e a Varig não é do Estado. "O Estado não tem nada a ver com isso", afirmou Alencar, para quem "a empresa aérea é uma companhia privada e constituída sob as leis da sociedade por ações e que as tem para vender".
Isso, segundo o vice-presidente, significa a venda de todas as ações ou de parte das ações. "Nós somos o poder concedente a concessão é dada rigorosamente dentro da lei", explicou ele. "Dessa forma, dentro da lei, tudo poderá ser aprovado pelo Estado como poder concedente", explicou.
Comentando a afirmação feita pouco antes pelo presidente da Infraero, Carlos Wilson, de que a direção da Varig havia apresentado "duas propostas e que não caberia ao governo decidir sobre o que não é do governo", Alencar disse que "essas propostas que, segundo os representantes da Varig, estão sendo examinadas, chegaram agora". Na sua avaliação, não há um prazo fixo para apresentação de uma solução final. "Os técnicos da Varig estão trabalhando sobre essas propostas e ninguém resolve um negócio desses de uma hora para outra".
De acordo com Alencar, o presidente da Varig não chegou a apresentar formalmente as propostas possíveis para a solução da crise da companhia. "Ele apenas comentou a respeito", disse Alencar. Ele afirmou que, "pelo que eles falaram, estão examinando e acredito que em breve terão uma solução para o problema da companhia". Ainda segundo Alencar, foi feito um pedido por parte dos grupos interessados em operar a Varig para que não fosse revelado nenhum nome. "E é o que estamos fazendo".
Sobre se são grupos estrangeiros ou nacionais, Alencar disse apenas que a legislação exige que o controle acionário seja nacional. "Parece que a lei prevê que o máximo de participação estrangeira é de 20%", lembrou ele, ressaltando que se for um grupo estrangeiro que esteja fora da legislação "claro que não tem como ser". O vice-presidente disse ainda não saber se o Unibanco está nas negociações. "Eles não estiveram hoje aqui e não houve ninguém que cita-se se estão ou não estão".