Desembolsos do BNDES registram crescimento no primeiro bimestre do ano

16/03/2005 - 17h09

Rio, 16/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceram 20% em janeiro e fevereiro, em comparação com o mesmo bimestre do ano passado, atingindo a soma de R$ 6,26 bilhões. O superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Aloysio Asti, disse que o aumento se deve, em grande parte, à expansão dos recursos concedidos para os setores industrial e de infra-estrutura.

"Infra-estrutura já vinha apresentando um desempenho forte no orçamento do Banco, ao longo do ano passado. O mais extraordinário é o desempenho da indústria, que tinha apresentado pequena queda em 2004 e neste ano vem reagindo fortemente, como era esperado aliás", disse Asti. A participação da indústria foi de 49% no orçamento do BNDES no período pesquisado.

O segmento industrial recebeu R$ 3,07 bilhões, mostrando incremento de 19% em relação aos meses de janeiro e fevereiro de 2004. O destaque foi o setor de material de transporte, cujas liberações totalizaram R$ 1,77 bilhão, o que equivale a um aumento de 74%. Para a área de infra-estrutura, o BNDES desembolsou no bimestre R$ 2,02 bilhões, superando em 80% as liberações efetuadas em igual período de 2004.

Segundo Aloysio Asti, o desempenho do BNDES no início de 2005 sinaliza que a instituição vai realizar plenamente o orçamento previsto para este ano, no valor de R$ 60 bilhões. "É a nossa expectativa. Estamos trabalhando de todas as formas para que isso ocorra", afirmou. O orçamento de 2005 apresenta elevação de 50% sobre os desembolsos do ano passado (R$ 40 bilhões), que foram recorde histórico, revelando incremento de 14% em relação ao ano anterior.

De acordo com Asti, os setores que terão maior participação no orçamento do BNDES este ano são indústria, infra-estrutura e as micro e pequenas empresas. Ele explicou que o ciclo de palestras que vem sendo realizado pelo BNDES em todo o país para divulgação de suas linhas de crédito, com foco específico no segmento das micro e pequenas empresas, deve contribuir para isso. "É uma nova forma de trabalho que estamos adotando para incentivar esse segmento", afirmou.

Para o conjunto das micro, pequenas e médias empresas e pessoas físicas, o BNDES registrou retração de 6% nos desembolsos efetuados nos dois primeiros meses do ano (R$1,439 bilhão). Asti informou que grande parte da queda está concentrada nas pessoas físicas e se deve à retração na demanda de financiamentos por máquinas agrícolas. As liberações feitas para operações de exportação tiveram aumento de 8%, somando US$ 794 milhões para 88 projetos.