Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio - O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, afirmou que o país precisa do gás boliviano e continuará a precisar mesmo em 2010, quando entrar em operação o BS-400, campo de gás natural com reserva de 420 milhões de metros cúbicos descoberto na Bacia de Santos.
Segundo Dutra, a companhia continua acompanhando com interesse e atenção as discussões sobre o percentual a ser cobrado do gás vendido pela Bolívia e também sobre a situação política. Na semana passada, o Congresso Boliviano recusou o pedido de renúncia do presidente Carlos Mesa.
"Assim como a Bolívia é importante para o Brasil, nós também somos importantes para eles. Hoje nós respondemos por 20% do Produto Interno Bruto daquele país, parcela que sobe para 40% se for levado em conta apenas o PIB Industrial", afirmou. Dutra lembrou que o Brasil tem "investimentos vultosos" naquele país e vai aguardar os acontecimentos.
"A expectativa, vou repetir mais uma vez, é de que se chegue a uma proposta que atenda os interesses do povo e do governo boliviano, mas que, por outro lado, não iniba os investimentos estrangeiros naquele país – em particular os da Petrobras. Reafirmo que vamos continuar na Bolívia e que também não opinamos sobre debates internos do país", ressaltou Dutra.
Presente na Bolívia desde 1996, a Petrobras tem investimentos naquele país que se aproximam de US$ 1,6 bilhão. Em seis dos nove estados bolivianos a estatal brasileira mantém duas refinarias, oleodutos e gasodutos (inclusive a parte brasileira do Gasoduto Bolívia Brasil) e 90 postos de derivados de petróleo. Com uma produção atual de 52 mil barris de petróleo e gás equivalente em solo boliviano, a estatal detém, ainda, uma reserva de 158 bilhões de metros cúbicos de gás natural.