Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Programa de Apoio à Exportação de Bens Culturais irá, a partir de maio, levar ao exterior a música independente brasileira. O programa já trabalha com a divulgação e venda de produções cinematográficas e televisivas e é uma parceria dos ministérios da Cultura, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex).
O anúncio foi feito pelo secretário especial do ministério da Cultura, Sérgio Sá Leitão. Segundo ele, o ministério não pode ver apenas a cultura como um "direito social, mas temos que ajudar a indústria a desatar os nós que atrapalham o seu desenvolvimento", afirmou durante a solenidade de comemoração dos 20 anos do ministério.
Em entrevista à Radiobras, o secretário explicou que o programa é realizado em conjunto com a iniciativa privada para capacitar e estimular o setor a aproveitar as oportunidades para exportar bens culturais. "Ele demanda uma contrapartida de investimentos das próprias empresas privadas – gravadoras, distribuidores, produtores. Você junta esforços para aproveitar as oportunidades de mercado". As contrapartidas vão desde o licenciamento gratuito ao investimento direto.
Sergio Sá diz que as grandes gravadoras "fazem parte de grupos transnacionais e a participação delas está condicionada à estratégia global desses grupos dos quais elas são braços. Por isso, escolhemos como parceiras prioritárias as gravadoras independentes por meio da Associação Brasileira de Música Independente [ABMI] que congrega hoje mais de cem selos". O secretário ressalta que hoje a música independente brasileira "já engloba, não só os iniciantes, mas uma boa parte dos grandes artistas, como Maria Bethânia, Djavan e Ivan Lins".
De acordo com Sergio, a idéia é atuar com os distribuidores internacionais, que são os possíveis compradores, e gerar uma nova demanda pelos produtos brasileiros por meio da participação em feiras, realização de shows, disponibilização gratuita de conteúdos para a veiculação em televisão. "Isso gera a demanda e da próxima vez essas emissoras terão que pagar por isso", destaca.
O investimento para as três áreas (TV, cinema e música) é de R$ 30 milhões repassados por todos os órgãos parceiros.