Instituto Brasileiro de Siderurgia critica redução das taxas de importação do aço a zero

08/03/2005 - 17h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O Instituto Brasileiro de Siderurgia divulgou nota, nesta terça-feira, contra a decisão do governo federal de reduzir a taxa de importação de alguns produtos siderúrgicos. Com a alta do preço no mercado internacional, o governo tentou equilibrar o preço no mercado interno baixando a taxa de 15 produtos a zero no início de março. Esses metais, que são utilizados, principalmente, para a fabricação de carros e latas de produtos alimentícios, tinham tarifas de importação que variavam de 12 a 14%.

A entidade considera que a determinação governamental atendeu a uma "manobra claramente especulativa e preventiva" empreendida por alguns setores industriais que se aproveitaram do anunciado aumento do minério de ferro, com o objetivo de reajustar preços de seus produtos. Além disso, segundo a nota, haveria sinalizações do setor de enfraquecimento da demanda em vários segmentos de consumo, o que faria a alta do preço internacional cair por conta da lei de oferta e procura.

O IBS destacou que prevê investimentos nas usinas na ordem de U$12,8 bilhões, para elevação de sua capacidade instalada em 35% até 2010. Como se trata de investimentos de longo prazo, o Instituto afirmou que é necessária a existência de regras estáveis, "que podem ser perturbadas por demandas descabidas de setores aparentemente saudosos de um passado no qual se beneficiaram de transferências de renda intersetoriais da ordem de U$17 bilhões, devido a políticas intervencionistas de preços e de mercado".

A decisão do governo brasileiro em reduzir essas taxas a zero foi tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), instituição que tem a participação de seis ministros.