Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Rio de Janeiro está pedindo ao governo federal a realização de um novo concurso público para contratar cerca de mil agentes e técnicos previdenciários. O INSS tem 91 agências no estado e faz um milhão de atendimentos por ano, o que gera filas de horas. Nesta segunda-feira, em uma fila de atendimento do posto do INSS de Padre Miguel, subúrbio carioca, após 12 horas de espera, morreu o pedreiro Severino Elias dos Santos, de 65 anos.
O combate às filas vem sendo efetuado de diversas formas pelo INSS, mas segundo destacou o superintendente do INSS no estado do Rio de Janeiro, André Ilha, o problema exige a realização de um concurso público para novos técnicos e analistas previdenciários, uma vez que o concurso realizado no início deste ano estabelece em apenas 700 o número de vagas para técnicos e analistas, "o que é muito pouco".
André Ilha indicou que o problema das filas tem aumentado devido à carência de pessoal. "O INSS levou 18 anos sem ter um concurso. O quadro de servidores foi se reduzindo e a demanda só vem crescendo. Isso levou algumas agências a praticar a distribuição de senhas de atendimento, acarretando a formação de filas de forma mais crítica em alguns momentos e, em outros, de forma mais branda", disse.
Segundo o superintendente, "criou-se aquela cultura de que o INSS é sinônimo de fila e de tormento, e na maioria dos casos não precisaria ser assim". Apesar de existirem horários críticos, ele observou que em certos períodos, "inclusive em Padre Miguel, as pessoas seriam atendidas sem qualquer problema".
André Ilha ainda frisou a necessidade de se "combater os aproveitadores, que vão de madrugada para as filas para vender posteriormente o lugar às pessoas desavisadas". O caso já foi comunicado em ofício diversas vezes à Polícia Militar pelo gerente executivo Norte do INSS, ao qual a agência de Padre Miguel está subordinada, informou Ilha.