Luthianna Hollenbach
da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista à Rádio Nacional AM, Dom Odilo Pedro Scherer, secretário Geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a rejeição da igreja em relação ao Projeto de Lei de Biossegurança se dá por três motivos. Primeiro pela questão do plantio e comercialização dos transgênicos, segundo em função das pesquisas científicas com embriões humanos e em terceiro pelo fato de trazer à discussão a clonagem humana.
"Sobre esse último tópico não há muito que comentar porque em relação a isso parece que há um consenso também na sociedade para liberar a clonagem. É claro que não poderíamos concordar e ver com bons olhos porque é muito problemático e isso é rejeitado pela sociedade e pela opinião pública de um modo geral", enfatizou Scherer.
Na opinião do religioso, em relação aos transgênicos, "existem certas coisas que precisam ser olhadas com muito cuidado, porque apesar de já estarmos consumindo transgênicos e de estar sendo plantado, existem algumas questões que precisam de alguma segurança maior".
De acordo com Dom Scherer, o principal problema dos transgênicos advém das consequências acarretadas ao meio ambiente. Além disso, é preciso verificar "como essas culturas poderão influenciar os organismos não modificados". Ele disse que as pesquisas ainda precisam verificar uma série de questionamento como, por exemplo, o que ocorrerá com as espécies mais frágeis "vão desaparecer, ficarão só algumas poucas espécies vegetais", perguinta.
No que diz respeito a células-tronco, o secretário da CNBB disse que a ciência é uma coisa muito boa e que ela pode ajudar a encontrar cura para doenças. Mas questiona a questão ética, perguntado se é lícito destruir uma vida para salvar outras. "Esse é um princípio fundamental que a sociedade deve refletir e, portanto, não abrir mão da intocabilidade da vida humana".
Dom Scherer explicou que a igreja procura se orientar sempre pela defesa da vida humana e que para alguns isso é considerado como oposição e conservadorismo."Mas, se para defender a vida humana é preciso ser conservador, pois sejamos conservadores", enfatizou.