Presidente da CNI diz que governo está ''maleável'' para rever MP 232

17/02/2005 - 18h24

Brasília, 17/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, disse hoje que o governo está mais maleável para rever a Medida Provisória 232, que prevê aumento dos impostos para as empresas prestadoras de serviço. Segundo ele, essa medida é "inadequada" pois fere a lógica econômica.

"Essa medida fere a lógica econômica e, nesse momento, cria pressões para a economia . Os aumentos de preços que resultarão do aumento da carga tributária vão produzir inflação e estimular a evasão fiscal e a informalidade. É uma medida que do ponto de vista econômico não tem racionalidade", disse Armando Monteiro, após participar de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, no Palácio do Planalto.

Monteiro classificou como "legítimos" os movimentos dos empresários contrários à MP 232. Para ele, essa medida está sendo imposta no momento em que "o país quer conter as pressões inflacionárias para afrouxar a política monetária, que tem sido muito dura". Ele acrescentou que a sociedade está no limite da tolerância em relação ao aumento da carga tributária. "Todas essas questões aconselham o governo a rever esta questão", disse.

Armando Monteiro informou que a MP 232 foi um dos assuntos discutidos na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e que os empresários integrantes do Conselho voltaram a manifestar "incoformidade" com a MP. "O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não comentou essa questão, apenas nos ouviu", acrescentou. Segundo Monteiro, na próxima semana empresários vão se reunir com o governo para tratar da MP 232.

Apesar das críticas, Armando defendeu o ajuste fiscal por parte do governo, mas "de forma saudável". E explicou: "Não pela via do aumento da carga tributária, mas pela via da racionalização dos gastos. Quanto mais impostos, menos crescimento econômico."