Spensy Pimentel
Enviado especial
Anapu (Pará) – A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que os quatro suspeitos de envolvimento no assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang ainda estejam na região de Anapu, interior do Pará, escondidos na selva. Entre os procurados estão Uquelano Pinto e Rayfran das Neves Sales, os dois homens que teriam executado a religiosa, Amair Feijole da Cunha, mais conhecido como "Tato", e o mandante Vitalmiro Bastos de Moura.
Poucas horas após o assassinato da freira, os policiais encontram dois carros que foram usados pelos assassinos: uma caminhonete Ford S 350 e o uma Mitsubishi L200. A procura pelos suspeitos dentro da floresta ainda não aconteceu porque as Polícias Militar, Civil e Federal aguardavam reforços do Exército. "Estávamos esperando o Exército. Não adianta entrar por entrar", diz o delegado da PF, Ualame Fialho Machado.
A Polícia Civil está na expectativa de que pelo menos um helicóptero seja usado na procura dos foragidos. A assessoria do Exército confirma que eventuais buscas dependem de expedição de mandados de prisão por parte da justiça.
Na manhã desta quinta-feira, as tropas do Exército começaram a se deslocar de Altamira para Anapu. Os primeiros helicópteros chegaram até Anapu com 35 homens. O efetivo designado para o município é de 110 soldados. A Polícia Federal chegou a declarar nesta quinta-feira de que havia um "comentário" em Anapu sobre uma possível apresentação de Vitalmiro de Moura às autoridades locais. Mas não houve nenhuma confirmação.
As investigações apontam para a possibilidade do mandante do assassinato também ter fugido de avião. Testemunhas viram uma pequena aeronave ter decolado no domingo a poucos quilômetros do local onde aconteceu a execução de Dorothy Stang.
As instalações da 51ª Brigada de Infantaria de Selva, em Altamira, servirão como base para o posto de comando das operações dos cerca de 2 mil militares que apoiarão ações de segurança pública e fiscalização fundiária, ambiental e trabalhista no sul do Pará.
Segundo a Comunicação Social do Exército, os soldados deverão fornecer apoio logístico, como transportes e alojamento, além de segurança a equipes do Ministério do Trabalho, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e das polícias Federal, Militar e Civil.