Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou a execução da freira Dorothy Stang e as demais mortes no Estado do Pará por questões agrárias "cruéis e covardes", classificou os crimes como "uma reação à implantação dos programas de governo federal voltados para o ordenamento fundiário e a preservação ambiental naquela região" e mandou instalar um gabinete provisório do governo federal na área, além de interditar 8,2 milhões de hectares de florestas em terras da União junto à BR-163.
A informação foi dada pelo porta-voz da Presidência da República, André Singer. Segundo ele, Lula garantiu que os programas do governo federal que geraram reações contrárias continuarão a ser implementados e serão ampliados naquele estado. Para isso, o presidente Lula aprovou a criação da Estação Ecológica da Terra do Meio e do Parque Nacional da Serra do Pardo, na região de maior pressão de desmatamento no ano passado no Pará.
Juntas, conforme anunciou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, essas duas unidades de conservação somam mais de 3,8 milhões de hectares e protegerão uma das regiões mais importantes de floresta naquele estado.
Um gabinete provisório para reforçar as ações do governo federal também será instalado naquele estado. O lugar ainda não foi definido, mas o gabinete deve funcionar em Belém ou no município de Altamira. Lula também decidiu interditar toda a região de florestas existentes em terras públicas federais localizadas na margem esquerda da rodovia BR-163, no estado do Pará. São mais de 8,2 milhões de hectares onde serão estudadas a criação de unidades de conservação nos próximos seis meses.
Marina Silva destacou que todas essas ações devem servir de exemplo à opinião pública nacional de que "não haverá nenhum tipo de retrocesso quanto à implementação das ações de ordenamento fundiário e de criação de unidades de conservação naquele estado".