Sindicato diz que crise na saúde do Rio foi gerada por má gestão

05/02/2005 - 10h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, afirmou hoje que a crise da saúde na capital fluminense não está relacionada a uma insuficiência de recursos, "pelo menos numa primeira avaliação", mas decorre da deficiência de gestão. "Nós achamos que a Secretaria de Saúde tem demonstrado incompetência na gestão da rede", declarou.

Darze chamou a atenção para os relatórios do Ministério da Saúde que mostram aumento dos repasses para os hospitais federais municipalizados. No período de 1999 a 2004, pelo menos nos programas de alta e média complexidade ambulatorial e hospitalar, os repasses de recursos foram ampliados em cerca de 60% . Para a atenção básica, o incremento dos repasses foi de 46%. Darze salientou que "foi exatamente nesse período em que se aumentou o repasse, que houve a maior degradação dessa rede, principalmente da rede federal municipalizada".

O médico acredita que a realização de uma auditoria poderá determinar o que aconteceu, e se houve, inclusive, desvio de verbas. Nesse caso, o Ministério Público seria cientificado para acionar a Justiça, de modo que o dinheiro fosse devolvido ao caixa da saúde, para aplicação integral na área da saúde.

Segundo Darze, os problemas na rede municipal de saúde carioca não foram sanados, como assegura a Secretaria de Saúde. A entidade representativa dos médicos fluminenses já manifestou ao Ministério Público sua preocupação com relação à situação de precariedade da rede. "Jamais tivemos a idéia de que ela pudesse ser resolvida da noite para o dia. O que eles podem fazer é tapar buracos", disse.