Policiais preparam fórum mundial para este ano no Rio

05/02/2005 - 11h19

Rio, 5/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - A apresentação de soluções para o crime, dentro da atual realidade da globalização, é o principal objetivo do Fórum Policial Mundial, que a Associação dos Militares, Auxiliares e Especialistas do Rio de Janeiro (Amae) vai realizar este ano no Brasil. Vão participar do evento representantes de associações de policiais de São Paulo e do Distrito Federal, além de empresários da área de segurança da Flórida, Estados Unidos.

Segundo o presidente da Amae, tenente Melquisedec Nascimento, a polícia federal americana(FBI) descobriu que terroristas do Oriente Médio estão entrando nos Estados Unidos pelo México, auxiliados pela organização criminosa Mara, da América Central, utilizando passaportes falsificados brasileiros, o que evidencia a ocorrência de uma "globalização do crime".

De acordo com Melquisedec, o fórum vai debater também a questão do assassinato de policiais por bandidos. No ano passado, 400 policiais fora mortos no Brasil, dos quais 133 no Estado do Rio. Apenas em janeiro, a média foi de 30 mortos no país, sendo a metade no Rio de Janeiro, o que significa um policial morto a cada 2 dias, disse ele.

Melquisedec destacou que dos 16 assassinatos ocorridos no Rio em janeiro, quatorze ocorreram em dias de folga dos policiais. Para ele, isso decorre de falhas na legislação federal. O Regulamento de Produtos Controlados (R 105) impede que o policial adquira a mesma arma com que treina (no caso do Rio, a 40) para seu uso particular. "Então ele vai para casa usando um 38 ou a pistola 380. A forma de manusear a pistola é igual, mas o recuo é diferente, bem como a chamada memória muscular", observou o policial. Isso faz com que em situações de perigo, ao reagir a assaltos, por exemplo, o policial acabe errando o tiro e sendo morto pelos bandidos.