Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A questão da ética nas pesquisas com seres humanos foi debatida hoje em mesa redonda, no encerramento da 10ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
De acordo com o professor Gabriele Cornelli, coordenador do comitê de ética da Universidade Metodista de São Paulo (UMSP), não dá para conceber a realização de estudos científicos sem lançar mão da ética. Para ele, algumas ciências, a exemplo da psicologia, sociologia e educação, que fazem pesquisas com seres humanos sem observar a ética podem levar a resultados preconceituosos.
Cornelli citou como exemplo um determinado estudo na área de educação mostrando que crianças brancas são mais inteligentes que as negras. Lembrou que existem pesquisas que não provocam mal fisicamente aos seres humanos, mas causam danos psicológicos, já que aumentam o preconceito e a exclusão.
O outro palestrante, o professor Wilton Barroso Filho da Universidade de Brasília (UnB), enfatizou que a ética deve ser aprimorada como necessidade da democracia, liberdade e tolerância. Na sua opinião, todo projeto de pesquisa que envolva seres humanos deve obedecer às resoluções da comissão nacional de ética em pesquisa.