Brasil e Japão avançam na execução do Programa de Agricultura Energética

03/02/2005 - 18h37

Érika Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, assinou hoje um termo de referência com representantes do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), que representa um avanço no projeto do acordo bilateral entre Brasil e Japão, que visa à execução do Programa Brasileiro de Agricultura Energética.

O acordo bilateral propõe aos japoneses um financiamento a projetos brasileiros de longo prazo para aumentar a produção de álcool combustível no Brasil. Em troca, o país exportaria o excedente da produção para o mercado japonês. O álcool brasileiro seria adicionado à gasolina, baseado numa medida aprovada pelo governo do japonês em 2003.

O Programa de Agricultura Energética foi apresentado pelo ministro Rodrigues durante visita ao Japão no ano passado. Segundo o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo de Carvalho, "nós temos trabalhado no desenvolvimento do mercado japonês de álcool combustível há mais de três anos. Depois da visita do primeiro-ministro Junichiro Koizumi, o assunto ficou diferente e nós combinamos de mandar uma comissão ao país para discutir vários aspectos técnicos do uso de álcool na mistura com gasolina".

A missão brasileira, formada por representantes dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e técnicos da Petrobrás, da área automobilística e meio ambiente, visitou órgãos do governo japonês, o JBIC e o Instituto de Pesquisas de Tsokuba, onde está sendo feito o teste de mistura de etanol na gasolina. "Lá, vimos resultados extremamente positivos. Estivemos com cinco segmentos de mercado japoneses, mostrando esses resultados, e sentimos o clima muito favorável", descreveu o presidente da Unica.

O Programa estará entre os temas tratados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita ao Japão, prevista para maio deste ano. "Existe uma grande vontade política de implementar um programa dessa natureza. Ainda temos muito trabalho a ser feito e é isso que nós viemos discutir aqui em Brasília hoje. Queremos escutar as sugestões do ministro (das Relações Exteriores) Celso Amorim para os passos seguintes", explicou Carvalho.

* Colaborou Juliana Borre