Vendas caem 13% nos shoppings do Rio em janeiro

02/02/2005 - 12h51

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A queda do poder aquisitivo da população de forma genérica e outros fatores próprios da época, como o aumento das tarifas públicas, mensalidades escolares e impostos pagos no início do ano explicam a queda de 13% nas vendas nominais nos shopping centers fluminenses em janeiro, em comparação a igual mês do ano passado. A observação é do diretor-executivo da Associação das Empresas Lojistas em Shopping Centers do Rio de Janeiro (Aloserj), Gilberto Catran

Segundo ele, esses fatores fizeram com que as família liberassem para o consumo um volume menor de recursos. "Esse foi o ponto principal apontado pelos lojistas, de uma forma geral, para justificar a queda de vendas", frisou.

O número surpreendeu a Aloserj, de acordo com a entidade, uma vez que em dezembro de 2004 houve uma recuperação de 5,2% nas vendas nos shoppings em relação aos índices de 2002. Catran lembrou que em janeiro de 2004 o faturamento dos lojistas cresceu entre 2% a 3% sobre o mesmo mês do ano anterior.

Para este mês, Catran disse que o setor trabalha com a hipótese de as vendas empatarem em relação a fevereiro de 2004, quando houve aumento de 3% contra fevereiro de 2003, "até porque o resultado de janeiro foi surpreendente do ponto-de-vista negativo".

O diretor-executivo afirmou que a tendência de continuidade da alta de juros ainda por algum tempo, já sinalizada pelo Banco Central (BC), não deve impactar negativamente sobre o setor lojista de shoppings centers. Na sua opinião, o reflexo maior da taxa de juros sobre a diminuição do volume de vendas ocorre sobre produtos de maior valor agregado, como automóveis, eletrodomésticos de linha branca (fogões, geladeiras) e alguns eletrônicos de maior valor.

Catran analisou que o consumidor reage em geral por impulso à subida da taxa básica de juros Selic pelo BC, e não por uma razão lógica ou econômica. "Se ele percebe que os juros estão subindo, isso cria um ambiente pouco favorável para as compras. Ele fica pouco animado para comprar, mesmo que isso não represente um grande impacto econômico no orçamento dele".