Rossetto representará Lula em fórum agrícola internacional na África

02/02/2005 - 19h19

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil vai participar do 1º Fórum Internacional Dacar Agrícola, que será realizado nos dias 4 e 5 de fevereiro no Senegal, na África. O fórum, que vai reunir políticos, estudiosos, representantes da sociedade civil e de empresas agroalimentares, pretende promover uma reflexão pela abertura de possibilidades para áreas agrícolas em desenvolvimento e regiões em situação de desvantagem.

A idéia central do fórum é contribuir para a construção de uma estratégia de desenvolvimento agrícola que leve em consideração fatores políticos e econômicos e a contribuição potencial da ciência e da tecnologia envolvendo, principalmente, os países mais pobres.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, representará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro. "Nossa presença faz parte de um esforço de ampliar os espaços de cooperação, colaboração do governo brasileiro com a África", disse Rossetto.

O Brasil vai apresentar estratégias de desenvolvimento rural e políticas agrícolas voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar e reforma agrária. Serão relatadas, por exemplo, experiências de organização de cooperativas, políticas de financiamento, estocagem de produção de sementes e de normas sanitárias. "Nós temos tecnologia, experiências, e vamos trocar essas experiências na conferência sempre dentro do ponto de vista dessa estratégia: fortalecer o ambiente de cooperação, estimular uma estratégia de desenvolvimento rural", ressaltou.

De acordo com o ministro, a idéia fundamental é avançar em uma cooperação estratégica de desenvolvimento rural que permita a esses países "ampliar a autonomia de produção de alimentos e diminuir a dependência de importações, que é extremamente pesada".

O fim dos subsídios agrícolas também deve ser discutido durante o fórum em Dacar. Para Rossetto, as políticas de subsídios agrícolas dos países centrais inibem os processos de desenvolvimento e geração de renda nos países agrícolas mais pobres. "Portanto, distorcem brutalmente o comércio agrícola e impedem que esses países, naquilo que tem capacidade de produção, que é no setor agrícola, não possam desenvolver suas economias", afirmou Rossetto.