Valtemir Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Erney Camargo, lançaram nesta quarta-feira (2), o edital 2005-2008 do Programa Institutos do Milênio. O programa prevê investimentos da ordem de R$ 90 milhões para os próximos três anos, destinados a redes de pesquisa com excelência reconhecida. O recurso deve começar a ser repassado no segundo semestre.
Os grupos interessados poderam submeter projetos em duas modalidades em áreas abertas e induzidas. Na primeira é livre às redes de pesquisadores a escolha do tema, em qualquer área do conhecimento, já na segunda os temas são estipulados pelo MCT, considerados de interesse estratégico nacional como nanotecnologia, energia nuclear, biodiversidade amazônica e transgênicos, alguns dos 19 temas proposto pelo edital.
Para Eduardo Campos, o repasse dos recursos dá continuidade a um esforço de qualificação do sistema de ciência e tecnologia e institutos de ponta do sistema nacional. "Um esforço iniciado nos anos 80 e que, pela prioridade que o governo Lula tem dado a questão da tecnologia e inovação do país, nós priorizamos o lançamento desses novos editais. Acho que é uma oportunidade de reforçar uma aliança entre os objetivos nacionais, a inteligência brasileira e os institutos de pesquisa, que demonstram qualificação com referência internacional no Brasil", ressalta.
Os grupos de pesquisa têm até 30 de abril para apresentar as propostas, que serão avaliadas por uma comissão designada pelo MCT. O resultado da avaliação está previsto para o final de junho. De acordo com o edital cada grupo aprovado poderá receber financiamentos que vão desde R$ 500 mil a R$ 2 milhões anuais.
Campos reafirmo o compromisso com as políticas de crescimento. "Estimular a pesquisa é fundamental e estratégico para assegurar o processo de crescimento inaugurado no ano passado. Investimentos nas áreas de ciência básica suportando um processo de inovação com novos mecanismos de financiamento, para nós é fundamental para assegurar o crescimento e dar qualidade a ele", disse o ministro.
Para o presidente do CNPq, Erney Camargo, o edital é muito importante para o desenvolvimento cientifico do país. "Ele envolve projetos de demanda espontânea da comunidade, quer dizer, são intenções da comunidade de produzir pesquisa num determinado seguimento e projetos que são induzidos pela pesquisa cientifica e desenvolvimento tecnológica do governo. Então, é um modelo de investimento extremamente interessante que privilegia inclusive grupos de excelência, que é um setor que precisa ser prestigiado no cenário da ciência brasileira".
O edital é aberto ainda a projetos da comunidade em outras 17 áreas que vão desde a ciência sociais, ciências básicas, passando por áreas que têm interface com a política industrial.