Bianca Estrella
Da Agência Brasil
Brasília - O ministro interino da Educação, Fernando Haddad, informou nesta quarta-feira que o Ministério da Educação (MEC) vai estudar a possibilidade de aumentar o prazo para que as instituições de ensino superior enviem propostas de mudanças no anteprojeto da Lei da Educação Superior, que prevê a reforma universitária. "Há a possibilidade de se estender o prazo em 90 dias, mas esta proposta ainda precisa ser apreciada pelo ministro Tarso Genro", afirmou.
O adiamento do prazo foi uma das reivindicações apresentadas por um grupo de representantes de instituições do Sistema Privado da Educação Brasileira, para quem o anteprojeto não contou com a efetiva participação do setor privado e estabeleceu um prazo – até o próximo dia 15 – "exíguo e despropositado para permitir a adequada discussão e o necessário aperfeiçoamento". Para o presidente da Associação Nacional de Educação Tecnológica (Anet), Fernando Prado, o MEC estaria misturando o papel de mantenedor das instituições federais com o de regulador do sistema. "Esse é um processo de ingerência. Não podemos aceitar a idéia de alguém que diga o que devemos fazer sem podermos nos responsabilizar. É como alguém entrar na sua casa e dizer como você tem que trabalhar", ironizou. E acrescentou: "O MEC é o mantenedor das universidades federais mas não das instituições privadas de ensino."
Haddad informou que a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) indicará um representante para acompanhar a redação de uma versão definitiva do anteprojeto. "O ministério acolhe as reivindicações das instituições privadas e não tem preconceito em receber esses subsídios para aperfeiçoar a proposta e encaminhar ao Congresso Nacional um projeto mais bem amparado e consensuado, com uma lei mais rígida e segura", disse.