Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - Os investimentos em fontes renováveis de energia são um poderoso instrumento para afastar a possibilidade de ocorrência de outras queda de energia, como as que ocorreram no estado do Rio de Janeiro no início do ano. A análise é do geógrafo Johannes Kissel, um dos coordenadores do Congresso Internacional sobre Clima e Energia (Rio 5), que se realizado nesta capital entre os próximos dias 15 e 17.
Kissel avaliou que os recentes apagões ocorreram em função da falta de outras linhas de transmissão emergenciais, o que já é providenciado no momento nas áreas afetadas. As energias renováveis não exigem usinas de grande porte para sua geração, disse ele. Isso significa que ao contrário de uma grande planta, como a de Angra, que gera muita energia e pode causar uma queda energética de grandes proporções se uma linha não funcionar, a existência de muitas plantas menores reduz as chances de interrupção no fornecimento, pelo menos nessa magnitude, explicou.
Kissel afirmou que o Nordeste é uma boa opção para o desenvolvimento da energia eólica no Brasil. As condições de velocidade estável dos ventos, permanentes durante todo o ano, favorecem o funcionamento de usinas. O mesmo não ocorre, por exemplo, na Alemanha, onde a intensidade do vento varia muito durante o ano sendo em alguns períodos insuficiente para a produção de energia.
Também a biomassa se destaca entre as fontes de energia alternativa a serem exploradas no Brasil, sobretudo na Amazônia, em especial o biodiesel, sugeriu o coordenador do Rio 5. Essa energia pode ser produzida no local e utilizada para abastecer geradores de regiões longínquas, resultando em barateamento de custos. Além disso, o país apresenta boas condições para o desenvolvimento da energia solar em todo o território, assegurou Kissel.