Brasília, 1/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que durante muitos anos o Brasil tratou a juventude "como uma terra devoluta, uma fronteira abandonada, esquecida, sem proteção e sem destino". Para mudar esta cultura, cobrou dos jovens maior engajamento e integração entre governo e sociedade. "Vocês têm a vida inteira para fazer valer para sempre uma política de juventude no Brasil, independente do governo, mas, para isso, vocês precisam estar organizados", defendeu.
Lula assinou hoje, no Palácio do Planalto, medida provisória que cria o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). O novo programa tem como objetivo promover a aprendizagem, inclusão digital e qualificação profissional básica a jovens de 18 a 24 anos. O público-alvo são moradores das capitais, excluídos do mercado formal de trabalho e que não tenham concluído o ensino fundamental. A MP também determina que dentro de 60 dias o governo terá de constituir o Conselho Nacional da Juventude e a Secretaria Nacional da Juventude, órgãos que vão coordenar e integrar as políticas públicas voltadas para a juventude, em conjunto com ministérios, governos estaduais, prefeituras e Poder Legislativo.
O ProJovem, explicou, vai oferecer aos jovens menos favorecidos oportunidades para o mercado de trabalho. Lula reiterou que seu governo tem feito "um esforço concentrado para que as ações diretas do Estado, juntamente com a sociedade, resgatem os valores da convivência, superando os anos de cumplicidade entre privilégio e segregação". Segundo ele, elaborar programas que incentivem o desenvolvimento da juventude continuará sendo prioridade de seu governo.
Ele lembrou que o Brasil nunca teve tantos jovens como atualmente, por isso a necessidade de os governos priorizarem ações para esta faixa etária. "Embora nossa taxa de natalidade esteja em declínio, temos 34 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos no país – mais do que o dobro da população idosa atual. Nunca houve na vida nacional outra geração jovem tão populosa quanto esta de 2005", destacou.
Além do ProJovem, Lula ressaltou que outros programas sociais de seu governo têm dado ao jovem mais oportunidade para o mercado de trabalho, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Soldado Cidadão.
No final de seu discurso, o presidente destacou a importância da família para a formação do jovem e deixou claro que seu governo não quer substituir o papel da família ao lançar programas sociais. "Nós queremos apenas ser uma espécie de prumo, porque o que nós precisamos garantir neste país é que a juventude tenha na sua família a grande referência para que discuta os problemas e para que possa encotrar as soluções". Segundo ele, à medida que a economia cresce, "os jovens terão dentro de casa mais condições do que o Estado poderá oferecer".
